Internações involuntárias: o que diz a lei e como funciona os processos



As internações involuntárias são um tema que tem gerado bastante discussão no Brasil, principalmente quando se fala sobre a saúde mental e os direitos do paciente. Quando um indivíduo é internado contra sua vontade, é necessário que a medida seja tomada com base em uma série de critérios legais, com o objetivo de proteger tanto o paciente quanto a sociedade. No entanto, muitos ainda têm dúvidas sobre o que diz a lei e como ela funciona na prática e em quais situações ela pode ser aplicada.

Neste blog, vamos explorar o conceito de internação involuntária, as diretrizes legais que a regulam, os direitos dos pacientes e os procedimentos legais envolvidos nesse tipo de internamento.
 

O que é a internação involuntária?

A internação involuntária é uma medida em que a pessoa é internada em uma instituição de saúde sem o seu consentimento, ou seja, contra sua vontade. Ela ocorre quando um indivíduo apresenta risco para si ou para outros devido a uma doença mental ou condição psiquiátrica, e não há possibilidade de tratamento adequado fora de um ambiente controlado.

Esse tipo de internação é, na maioria das vezes, recomendado por um médico, mas precisa de uma autorização judicial para ser efetivada, exceto em casos de urgência ou quando não há tempo hábil para obter a decisão judicial.

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Qual a diferença entre internação involuntária e internação compulsória?
 

Muitas pessoas confundem os termos internação involuntária e internação compulsória, mas é importante esclarecer que existe uma diferença significativa entre ambos os conceitos. Enquanto a internação involuntária ocorre sem o consentimento do paciente, ela é decidida pelo médico e, em alguns casos, pelo responsável legal, sendo posteriormente analisada pelo juiz. Já a internação compulsória envolve uma ordem judicial, sendo determinada por um juiz quando se considera que o indivíduo está em risco ou representa risco para os outros.

 

Ou seja, na internação involuntária, o processo é iniciado por um médico e só é efetivado com o acompanhamento judicial, enquanto a internação compulsória é decidida judicialmente, após análise do caso.
 

O que diz a lei sobre internação involuntária?

A Lei nº 10.216/2001 foi a grande responsável por regulamentar a internação involuntária no Brasil, com o objetivo de garantir o direito à saúde mental das pessoas e evitar o uso indiscriminado dessa medida. Ela estabelece que a internação involuntária deve ser feita somente em caráter excepcional, e desde que seja para tratamento de pacientes com transtornos mentais graves, e que esse procedimento não deve ser feito de forma prolongada.



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Entre as principais disposições da Lei nº 10.216/2001, destacam-se:
 

Quais são os direitos do paciente em uma internação involuntária?

Embora a internação involuntária seja uma medida para proteger o paciente e a sociedade, o indivíduo internado possui direitos que precisam ser respeitados. A Lei nº 10.216/2001 garante que, mesmo sem o consentimento do paciente, os seus direitos não podem ser desrespeitados.

Dentre os principais direitos do paciente internado involuntariamente, destacam-se:
 

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Como funciona o processo de internação involuntária?

O processo de internação involuntária segue uma série de etapas legais para garantir a segurança e os direitos do paciente. Veja como funciona:
 

  1. Indicação médica: O primeiro passo é a avaliação do paciente por um médico, que pode ser o responsável por indicar a necessidade da internação involuntária. O médico deve avaliar se a internação é realmente necessária para o tratamento da doença mental e se o paciente representa risco para si ou para os outros.
  2. Notificação judicial: A internação deve ser comunicada ao Juiz competente em até 72 horas após a sua realização, para que o magistrado possa avaliar a legalidade da medida e determinar se ela deve ser mantida ou não.
  3. Avaliação judicial: O juiz realiza uma análise da situação do paciente e, caso entenda que a internação involuntária é necessária, ela será mantida. Se o juiz concluir que a medida não é mais necessária, ele pode determinar a liberação do paciente.
  4. Acompanhamento contínuo: Durante a internação, o paciente deve ser monitorado e receber tratamento contínuo, com a avaliação periódica da sua condição médica.

     

As internações involuntárias são uma medida de extrema importância quando se trata de proteger a saúde e o bem-estar do paciente, especialmente em situações em que ele não pode decidir por si mesmo. Contudo, é fundamental que todo o processo seja realizado dentro dos parâmetros legais estabelecidos pela Lei nº 10.216/2001, garantindo que os direitos dos pacientes sejam respeitados.

Se você se deparar com uma situação que envolva internação involuntária, é essencial contar com a assistência jurídica especializada, para assegurar que a medida seja aplicada corretamente e dentro dos direitos do paciente.

 

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