O valor do advogado



Neste dia 11 de agosto mais  uma vez comemoraremos o dia do advogado e eu mais uma vez venho à Gazeta de Alagoas escrever sobre esta profissão que abracei já se vão  vinte anos, pela qual me apaixonei ainda criança e através de qual mudei a  minha vida, e da qual retiro o sustento da minha família.

Sou e me orgulho de ser advogado militante, daqueles que vai toda semana ao fórum, que faz audiências e redige peças, não me trancando em gabinetes, pois como diz o poeta “o artista tem que ir aonde o povo está”. E no desenrolar desta atividade que é em parte técnica em parte “estado de arte”, temos que escutar o som do fórum, enfrentar as dificuldades de uma justiça muitas vezes lenta e ineficaz, e contribuir dentro de nossa missão para que ela possa se aperfeiçoar.

 Antônio Manuel de Carvalho Neto em sua obra  ADVOGADOS: COMO VIVEMOS, COMO APRENDEMOS, COMO SOFREMOS,  diz que o advogado é como uma árvore no caminho, onde um viajante solitário fugindo do frio e do vento, ou ainda da chuva vem se abrigar.

Sem querer ser barrista, declaro que tal conceituação ainda está muito aquém do verdadeiro valor que tem um advogado.  O advogado é a voz que se empresta aquele que precisa dela que em regra vai à sua procura repleto de sofrimento, ansiedade e dor, pois ou tem um problema patrimonial, ou está aflito em razão de uma situação familiar, ou ainda tem sua liberdade ameaçada, ou não teve seus direitos trabalhistas reconhecidos, ou tem sobre si a ferocidade do Estado para arrecadar, dentre outras inúmeras situações que precisa ir às barras da justiça.

A sociedade precisa compreender este valor, a necessidade de serem sempre preservadas as prerrogativas desta profissão cidadã, pois em assim o sendo, há serem também garantidos os direitos sociais e as liberdades públicas. A preservação da liberdade do exercício da profissão de forma ampla dentro é claro dos limites da lei é garantia constitucional que se impõe, não sendo o advogado maior nem muito menos menor do que qualquer outro profissional ou autoridade da área jurídica.

É por isso que a cada dia devem ser fortalecidas suas representações e entidades de classe, deve ser comemorado seu dia, pois estes guerreiros e guerreiras, que buscam com seu trabalho não somente sobreviverem dignamente mas também a efetivação do direito de seus clientes, num emaranhado complexo que é o nosso sistema legal e judiciário, são a própria garantia da dinamicidade do Poder Judiciário.

Se disse Rudolf Von Ihering  que ainda existem Juízes em Berlim, quando tratando de uma querela de terra com o soberano alemão que a ele se impunha, podemos afirmar neste 11 de agosto de 2014, quando tanto se precisa da união desta classe para que sua força seja cada vez maior na realização da justiça: ainda há advogados no Brasil. Parabéns advogados e advogadas alagoanas pelo nosso dia!

 

Fernando Maciel – Advogado Alagoano e Brasileiro.


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